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14 de março de 2014

Rebeldes com Causa: os Metalheads de Botswana

Recebemos tanta referência americana e europeia que nos perguntamos se em um continente como a África, cheio de pequenos países, existe algum tipo de influência das subculturas ocidentais. Tirando a África do Sul, que sabemos de bandas de rock conhecidas mundialmente, eu não sabia se o rock e o metal tinham ouvintes em outros países deste continente, até que li esta matéria do site CNN que decidi traduzir e postar. O que me impressiona é o senso de estilo deles e principalmente algo que as subculturas nos dias atuais estão perdendo: o senso de grupo, de união. 

Botswana é mais conhecido por suas reservas de vida selvagem, mas uma pós- contracultura crescente está pintando uma imagem muito diferente deste pequeno país localizado no sul da África. Vestidos em couro, adornados com spikes e chapéus de cowboy, existem metalheads na Botswana! O canal CNN se aproximou destes roqueiros e descobriu uma cena retrô que celebra orgulhosamente suas raízes africanas. 

Enquanto headbangers ocidentais são mais comumente associados com tênis e camisetas de bandas, os fãs de Botswana esculpiram uma imagem única que lembra a New Wave of British Heavy Metal da década de 1970.
O fotógrafo Frank Marshall, clicou estes roqueiros como parte de sua exposição "Renegades", que está na Rooke Gallery, em Joanesburgo. "A semente do Heavy Metal foi plantada aqui por uma banda de rock clássico do início dos anos 70, posteriormente foram introduzidas formas mais extremas de metal. Desde então, tem evoluído e crescido", disse ele. "Nos últimos 10 a 20 anos é que começou a ser composto visualmente como o que parece agora - os caras se vestindo em couro".

   Couro, spikes e chapéus de cowboy, os fãs usam uma moda heavy metal retrô que remete ao estilo britânico do fim dos anos 70.

Marshall descreve uma cena "macho" com rituais únicos, acrescentando: "Há um forte sentimento de camaradagem entre eles, essa é a primeira coisa que você notará como um forasteiro. Eles têm uma ligação muito forte e amizade uns com os outros. Eles são muito físicos. Nos shows, você não apenas aperta a mão deles. Eles pegam a sua mão e te sacodem todo."
"Eles incorporam elementos muito agressivos do metal. É uma expressão de poder. Tudo é uma expressão de poder para eles, desde a roupa, a forma como eles falam, a maneira como eles andam. Eles caminham em passos cambaleantes deliberadamente. Para eles é perfeitamente normal, talvez para um observador externo, ocidental, pode parecer bizarro ou cômico, mas não aqui. Eles são respeitados e reverenciados em outros aspectos também."

Seus membros tem nomes como Demon e Gunsmoke, estes apelidos vêm com uma forte consciência de responsabilidade social. "Nós tentamos aparentar boas pessoas. Tentamos ser modelos exemplares. Rock é conhecido por ser algo agressivo, mas na verdade é algo que está em nosso coração", diz Gunsmoke. "É tudo sobre irmãos no Metal, nós estamos aqui uns para os outros, essa é a maneira que nós nos identificamos". 

Os roqueiros vestidos em couro compartilham uma estética semelhante à gangue de motoqueiros Hell's Angels. Mas a semelhança termina aí. De acordo com Gunsmoke, os headbangers africanos são vistos como uma espécie de anjos da guarda, em vez de anjos do inferno. "As crianças nos seguem por aí. Pais se aproximam de nós. Estamos aqui por uma boa causa, na verdade. Ajudamos as pessoas nas ruas à noite".

Em vez de Hell's Angels ("anjos do inferno"), eles se veem como "anjos da guarda": "Ajudamos as pessoas nas ruas à noite".

Pra eles, Heavy Metal é mais do que uma cena - é parte da identidade nacional. Até o presidente Ian Khama é suspeito de ser um fã. "Queremos fazer o presidente orgulhoso. Ele nos orgulha na forma de conduzir o país. Porque devemos ter medo quando o nosso presidente é roqueiro?", Gunsmoke argumentou.

Dentre os acessórios que usa, Gunsmoke aponta para um chifre de animal, como uma representação da África. "A maioria de nós é de uma tribo. Os totens são animais, nós temos o crocodilo, leão, lebre, coelho. É parte de nossa cultura". A mitologia e o folclore africano estão presentes nas letras da banda Skinflint. O vocalista Giuseppe diz, "Nós somos a primeira banda de heavy metal africano a lançar algo em vinil." (lançado pela Legion of Death Records). O vocalista, que é branco, aponta para os poderes unificadores do heavy metal dizendo: "A nação metal não conhece fronteiras raciais. Somos todos um. Todos nós falamos uma língua comum que é chamada de heavy metal. Metal é uma música sobre poder, independência e liberdade, isso é o que eu acredito. Lutar pelo que você acredita , não importa as conseqüências. Levantando-se para o que você acredita e mostrando sua individualidade."

A cena heavy metal de Botswana permanece esmagadoramente composta de homens. No entanto, existem roqueiras como uma chamada Katie, que diz que o Metal "é um sentimento feliz, somos irmãos e irmãs, somos como uma família."

Os headbangers de Botswana tem uma imagem única, incluindo elementos que simbolizam a cultura da África.

*Fonte: Artigo original no site CNN


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Artigo original do blog Moda de Subculturas, escrito por Sana Mendonça e Lauren Scheffel. 
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9 comentários:

  1. Eu definitivamente amei o seu blog! perfeito! amo tudo relacionado a heavy metal *-*
    já estou te seguindo <3

    Beijos!

    http://bettinablanco.blogspot.com.br/

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  2. Uau, que maneiro *-*, fiquei curiosa para ouvir essa banda que mistura a cultura das tribos!
    Mas será que eles não sentem muito calor usando esse couro todo?

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    1. Dá curiosidade mesmo!
      Puxa, eu fiquei tão fascinada pela história deles que nem pensei na questão do calor, com certeza eles devem sofrer um pouquinho hahaha!

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  3. Super interessante, obg por compartilhar ^^

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  4. Gente, que coisa linda, em todos os sentidos :) que vai muito além da estética, isso é o melhor! Se todos os headbangers seguíssem esse exemplo, seríamos um grupo muito mais unido, verdadeiramente.

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